No jogo de apresentação do plantel leonino aos seus adeptos, a uma semana do primeiro jogo oficial da temporada em que será discutida a vitória na Supertaça Cândido de Oliveira frente ao rival Benfica, o Sporting conquistou o Troféu Cinco Violinos, o 10º para os leões na história desta competição de início de época, ao ganhar esta sexta-feira, no Estádio Nacional (o Estádio de Alvalade continua em obras de beneficiação para a época que se aproxima), a formação espanhola do Villarreal por 1-0.
O triunfo, conseguido com um golo apontado ainda no primeiro tempo por Morten Hjulmand, na transformação de uma grande penalidade, ao minuto oito, resumiu uma partida disputada pelas duas formações ainda sem grande qualidade no futebol praticado, afinal um jogo próprio do arranque de época, em que a qualidade foi trocada pelo empenho. O Sporting beneficiou da grande penalidade assinalada logo ao minuto oito, foi claramente melhor no primeiro tempo, e conseguiu depois, na segunda parte, quando o Villarreal partiu para cima da baliza à guarda de João Virgínia, que neste jogo apareceu a titular deixando de fora Rui Silva, mesmo sofrendo com a pressão da turma espanhola, conseguiu segurar a vantagem mínima até ao apito final do árbitro Ricardo Baixinho.
Ainda com muito trabalho pela frente para afinar o violino que é a equipa leonina, ficou claro nesta discussão do Troféu Cinco Violinos que o técnico Rui Borges terá ainda que mexer muito na sua equipa. Substituir Viktor Gyokeres, o goleador dos últimos dois anos do Sporting que agora ruma ao Arsenal, e construir uma nova defesa, que deverá jogar com quatro elementos, serão as missões do treinador dos leões e terão que estar conseguidos o quanto antes, porque os jogos “a sério” começam já na próxima quinta-feira, o primeiro, no Estádio do Algarve, frente ao Benfica.
O certo é que Rui Borges ainda terá que colocar em jogo algumas pedras fundamentais no seu conjunto, como o reforço Luis Suárez, o colombiano cuja contratação aos espanhóis do Almeria será concluída nos próximos dias, mas também o médio Kochorashvili, numa equipa que irá certamente querer apresentar novos automatismos, quer na defesa com um esquema diferente, quer no ataque onde deixa de estar aquele que foi o melhor goleador do futebol português nos dois últimos campeonatos. Ora, esquecer aquele de quem foi dependente durante dois anos e com quem conquistou dois títulos não será tarefa fácil para o novo Sporting e a menor qualidade do jogo desta sexta-feira frente ao Villarreal provou isso mesmo.
Penálti marcado por Hjulmand
resolveu o jogo aos 8′ minutos
No jogo com a turma espanhola, a definição surgiu logo aos oito minutos, altura para o primeiro golo do Sporting, apontado por Morten Hjulmand na transformação de uma grande penalidade num lance em que Conrad Harder tentou o remate dentro da área do Villarreal. A bola bateu no braço de Kambwala, ele que esteve na discussão da posse de bola com Harder e que acabou por cortar o lance de forma irregular no entender do árbitro Ricardo Baixinho. Num jogo sem VAR, Morten Hjulmand assumiu a transformação da grande penalidade e fez o golo, com a bola a ir para o lado esquerdo do guarda-redes Luiz Junior e este, antigo guardião do Famalicão, a cair para o lado contrário.
O Villarreal procurou reagir ao golo sofrido, aproveitando algumas situações em que o Sporting defendeu com as suas linhas demasiado recuadas junto ao guarda-redes João Virgínia. A verdade é que, após a reação inicial do conjunto espanhol, os comandados de Rui Borges conseguiram reequilibrar a partida, com Catamo muito influente pelo lado direito do ataque e com Conrad Harder muito irrequieto, a procurar justificar o transporte do número nove nas costas, querendo porventura assumir o papel do verdadeiro número 9 das duas últimas épocas.
A verdade é que faltou sempre aquela qualidade ofensiva que o outro 9 tinha e que Harder, ainda que muito esforçado, nunca conseguiu encontrar frente ao Villarreal. Foi por isso preciso esperar até ao minuto 45′ para que o Sporting conseguisse o ataque mais esclarecido do jogo. Numa grande jogada de Geny Catamo, o número 10 para a presente temporada, um remate cruzado fez a bola sair pela linha de fundo, mas bem junto ao poste direito da baliza do Villarreal, deixando à vista que este Sporting possui qualidade para outros golos.
Ao intervalo, Rui Borges trocou Diomande por Zeno. Contudo, com várias mudanças no conjunto do “submarino amarelo”, como é conhecida esta formação do Villarreal, a qualidade do seu futebol cresceu, obrigando o Sporting a fazer novas mudanças, agora com a aposta em St. Juste, para o lugar de Gonçalo Inácio, e em Quenda para o lugar de Pedro Gonçalves, ele que já tinha acusado algum desconforto depois de uma ou outra entrada dos jogadores de amarelo sobre o relvado do Jamor. No Villarreal, Alberto Moleiro, mas também Pau Cabanes, revelaram-se determinantes para permitiu outra capacidade ao Villarreal, que passou a andar muito mais perto do golo do empate.
Com o Sporting órfão de Gyokeres,
Conrad fez o que pôde mas fez pouco
Sem um avançado capaz de fazer a diferença, o Sporting sentia dificuldades a defender, e mais ainda a atacar, acabando por discutir o jogo a meio-campo onde Hjulmand mostrou que continua a ser o motor, seja ao lado do discreto mas imprescindível Morita, ou com o miúdo João Simões. Entre os mais novos, destaque para outro miúdo, Rayan Lucas, que entrou particularmente bem no jogo para os minutos finais, mostrando-se a Rui Borges como um puto determinado e capaz de querer discutir por um lugar. Outro jogador que disse presente neste jogo foi Zeno Debast, ele que entrou também no segundo tempo, para a linha defensiva dos leões, e que mostrou que está ali para dar tudo pela equipa, revelando-se determinado a ser mesmo o bombeiro de serviço quando foi necessário.
No final, depois do Sporting conseguir levar a vantagem mínima até ao apito final do árbitro Ricardo Baixinho, os leões ganharam mesmo o Troféu Cinco Violinos, permitindo uma festa contida aos adeptos leoninos presentes no Jamor, com estes conscientes de que o Sporting nem jogou assim tão bem, e precisa de fazer muito mais se quiser entrar bem na época que se aproxima a passos largos. O primeiro teste, a sério, será já na próxima quinta-feira, no Algarve, frente ao rival Benfica, um adversário que só se dará a conhecer amanhã, sábado, na discussão frente ao Fenerbache da Eusébio Cup, no Estádio da Luz. Sendo certo que para o jogo com o rival das águias o Sporting já poderá ter nas suas fileiras trunfos como o colombiano Luis Suárez, será de esperar que o Benfica irá dar muito mais trabalho do que aquele que deu este submarino amarelo, pelo que Rui Borges terá que aprimorar muito mais o seu Sporting, órfão de Gyokeres e à procura da sua identidade ofensiva dentro das quatro linhas.
O primeiro troféu da época 25/26 viajou assim diretamente do Jamor para o Museu do Sporting em Alvalade, conquistado frente ao Villarreal, mas a época a sério começa só dentro de uma semana, a sul, no Estádio do Algarve, e os adeptos leoninos, nomeadamente os mais atentos, terão ficado no mínimo preocupados com aquilo que este Sporting já consegue (ou ainda não consegue) fazer dentro das quatro linhas. Afinal, golos precisam-se no reino do Leão!
Ficha técnica
Para a estatística fica a ficha do jogo desta partida entre o Sporting e Villarreal, com os leões a conseguirem a vitória por 1-0, com o golo apontado ao minuto 8′, de grande penalidade, apontada por Morten Hujlmand. E quanto às equipas, evoluíram no relvado do Estádio Nacional com os seguintes “onzes”…
Sporting – João Virgínia; Fresneda (70′), Ousmane Diomande (46′), Gonçalo Inácio (55′) e Matheus Reis (70′); Morten Hjulmand, Hidemasa Morita (79′) e Geny Catamo (70′); Pedro Gonçalves (55′), Francisco Trincão (79′) e Conrad Harder (79′).
Jogaram ainda pelo Sporting, Zeno Debast (46′), Quenda (55′), St. Juste (55′), Esgaio (70′), Quaresma (70′), Alisson (70′), Rodrigo Ribeiro (79′), Rayan Lucas (79′) e João Simões (79′).
Villarreal – Luiz Júnior (37′), Pau Navarro (70′), Rafa (45′), Kambwala (45′), Pedraza (45′); Pepe(70′), Gueye (70′), Parejo (78′), Yeremy Pino (78′); Gerard Moreno (45′) e Etta (70′).
Jogaram ainda pelo Villarreal, Rubén Gómez (37′), Foyth (45′), Cardona (45′), Cabanes (45′), Moleiro (45′), Sergi Altimira (70′), Danjuma (70′), Diego Conde (70′) Denis Suárez (70′), Barry (78′) e Santi Comesaña (78′).
Golos
08′ – 1-0 por Morten Hjulmand (GP)
Ação disciplinar
Amarelos para Matheus Reis (21′) Yeremi Pino (22′), Etta Eyong (39′), Conrad Harder (44′), Pau Navarro (45′) e Ricardo Esgaio (84′).
texto: Jorge Reis
fotos: Maciej Rogowski
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