Arrancou oficialmente esta quinta-feira, no Estádio do Algarve, a temporada de futebol 2025-2026, com Sporting e Benfica a disputarem a Supertaça Cândido de Oliveira, primeiro título em jogo na nova época que colocou frente a frente o campeão nacional em título, o Sporting, e o finalista vencido da Taça de Portugal, o Benfica, que perdeu aquele troféu para os leões, autores da “dobradinha” na pretérita época. E se no Jamor foi o Sporting a levar a Taça para casa, desta feita foi o Benfica a festejar a conquista daquela que foi a 10ª Supertaça para os encarnados, desempatando um duelo particular entre águias e leões que à entrada para este jogo, tinham conquistado nove supertaças cada.
Depois de mais uma homenagem soa malogrados Diogo Jota e André Silva, jogadores falecidos no início do mês de Julho num acidente de viação em Espanha, e que foram lembrados com um minuto de silêncio no Estádio do Aligarve onde estiveram presentes os familiares dos jogadores a convite da FPF, o jogo foi bem disputado, permitindo a 10ª Supertaça para o Benfica.
A turma às ordens de Bruno Lage garantiu uma vitória justa, ainda que conseguida por um resultado tangencial de 1-0, fruto de um golo apontado por Pavlidis no arranque do segundo tempo, à passagem do minuto 50’, num lance com muitas culpas para o guarda-redes leonino Rui Silva.
Frango de Rui Silva
ditou o resultado
Depois de um bonito lance de Richard Rios, um dos reforços do Benfica para a noa época, um ressalto de bola deixou o esférico ao alcance de Pavlidis que, poucos centímetros dentro da linha limite da grande-área, rematou para a baliza, fazendo com que esta chegasse “enrolada” até ao guarda-redes Rui Silva, que tinha todas as condições para parar a sua marcha. Contudo, a bola acabou por passar entre as mãos do guarda-redes, naquele que foi um enorme frango do guardião leonino, e que viria a ditar a vitória do Benfica.
O mesmo Rui Silva teria oportunidade pouco depois de fazer uma enorme defesa a novo remate de Pavlidis, mas o mal para os leões já estava feito.
Curiosamente, a primeira parte do jogo começou por mostrar alguma supremacia do Sporting e logo aos 06’ minutos Pedro Gonçalves colocou a bola dentro da baliza do Benfica, depois de uma jogada aparentemente brilhante em que Harder recebeu a bola no lado esquerdo, depois de um passe de Hjulmand, cruzou a bola rente à relva para Pote e este, em frente a Trubin, não vacilou. O problema é que Conrad Harder, o agora camisola nove dos leões, número que na última temporada pertenceu a Gyokeres, recebeu a bola 28 centímetros para além da linha de fora de jogo e, revisto o lance, o VAR anulou o golo, mantendo o empate a zero que viria a manter-se até ao intervalo.
4x3x3 consolidado deu frutos no Benfica
contra 4x2x3x1 a melhorar pelo Sporting
Num jogo que prometia ser um teste de fogo para as duas equipas, que apresentavam novidades nas respetivas equipas, o Benfica começou por reequilibrar o jogo, mostrando boa organização, com Trubin seguro na baliza e a dupla António Silva e Otamendi a garantir a consistência na defesa. Dahl e Dedic foram os defesas laterais, com destaque para este último já que foi um dos reforços a estrear-se em jogos oficiais do Benfica e a assinar uma boa prestação, surgindo depois no meio-campo Enzo Barrenechea com a camisola 5, a aparecer muitas vezes entre os centrais, com boa qualidade de passe no início dos lances desde a área benfiquista, assinando uma exibição de nível superior.
Ainda no meio-campo, nota para a estreia de outro reforço do Benfica para esta nova época, o colombiano Richard Rios, ele que começou por se mostrar algo nervoso, falhando alguns passes na fase inicial do jogo, mas que com o decorrer da partida conseguiu aparecer em bom nível, mostrando credenciais para ser o patrão da linha média do Benfica. Leandro Barreiro foi o terceiro homem do meio-campo, num 4x3x3 que foi concluído com Aursnes e Arkturkoglu no apoio a Vangelis Pavlidis, sem dúvida o homem do jogo.
O camisola 14 dos encarnados, para além do golo que marcou e que fez o resultado final, foi um dos elementos que mais trabalhou, vindo atrás buscar jogo quando foi necessário e dando imenso trabalho ao sector defensivo do Sporting.
Já do lado da turma campeã nacional, a equipa às ordens de Rui Borges, apesar de ter saído derrotada desta partida, surpreendeu muito pela positiva pela forma como jogou, principalmente para quem viu o jogo que os leões protagonizaram no Estádio Nacional frente ao Villarreal, na discussão do Troféu Cinco Violinos há menos de uma semana, um jogo que o LusoNotícias também acompanhou.
Reforços das águias
já mostram argumentos
Desta feita com Rui Silva na baliza, num esquema tático de 4x2x3x1, com Fresneda e Maxi Araújo nas alas deixando o eixo da defesa para os centrais Diomande e Gonçalo Inácio, a equipa leonina teve no capitão Morten Hjulmand o seu verdadeiro pulmão, apoiado por Morita, com Geny Catamo, Francisco Trincão e Pedro Gonçalves no apoio ao avançado Conrad Harder.
Do lado do Sporting ficava por esclarecer aquela que surgia como a grande curiosidade da noite, nomeadamente para quem se questionava sobre o que poderia fazer o reforço Luis Suárez com a camisola verde e branca, avançado contratado ao Almeria e que começou este jogo no banco. No segundo tempo o avançado uruguaio chegou a entrar em campo, para o lugar de Harder, ainda mexeu um pouco com o jogo, mas numa altura em que o Benfica já controlava a vantagem, sobrando para os leões a ingrata missão de correrem atrás do prejuízo.
Refira-se que do lado do Benfica houve ainda dois reforços que estiveram no Estádio do Algarve, nomeadamente o lateral Obrador, que não chegou a sair do banco de suplentes, mas também Franjo Ivanovic, avançado contratado ao St. Gilloise que, tendo sido confirmado como jogador do Benfica durante a tarde desta quinta-feira, limitou-se a acompanhar o jogo a partir das bancadas e a descer ao relvado quando foi tempo de festejar com os seus novos companheiros de equipa nesta conquista do primeiro título para o Benfica em 2025-2026.
Depois do equilíbrio registado no primeiro tempo, o Benfica esteve quase sempre por cima na etapa complementar, trocando bem a bola e criando as principais oportunidades, frente a um adversário que deixou claro estar ainda órfão de Viktor Gyokeres. Já ao Benfica terá faltado mais alguma magia pela falta de criador de jogo, e nem os repentismos de Prestianni, ele que entrou no segundo tempo, conseguiram fazer muito mais para justificar uma vantagem mais robusta do Benfica sobre o rival Sporting.
Vangelis Pavlidis a atacar
e António Silva a defender
Com a vantagem no marcador, o Benfica de Bruno Lage soube gerir o resultado na segunda parte. A equipa encarnada manteve a disciplina tática, fechando os espaços e dificultando a reação do Sporting. Do lado leonino, Rui Borges tentou mexer na equipa, introduzindo Debast, Kochorasvili e Suárez para tentar dar mais profundidade e largura ao ataque, mas a muralha defensiva do Benfica, com António Silva em evidência neste jogo, mostrou-se intransponível.
No apito final, a vitória do Benfica por 1-0 coroou uma exibição sólida e eficiente. Pavlidis foi, sem dúvida, o melhor em campo, não só pelo golo decisivo, mas pela forma como se movimentou e criou perigo constante.
Para o Sporting, apesar da derrota, a Supertaça serviu como um importante teste para o novo projeto de Rui Borges, que terá agora de afinar a equipa para os desafios que se avizinham na nova temporada, tendo ficado evidente que os leões mostraram uma boa evolução relativamente a outros jogos desta pré-temporada.
O Benfica entrará agora de novo em campo no próximo dia 6, quarta-feira, no terreno do Nice, na primeira-mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, enquanto o Sporting terá o seu primeiro compromisso na sexta-feira, dia 8, em Rio Maior, uma vez mais casa emprestada do Casa Pia, naquele que será o jogo inaugural da primeira jornada da I Liga do futebol português.









