Com exibições de grande nível de todos os jogadores da Turma das Quinas, mas com destaque para Nuno Mendes, Diogo Costa e o “capitão” Cristiano Ronaldo, Portugal conquistou este domingo aquela que é a segunda Liga das Nações no palmarés da Seleção lusa, ganha frente à Espanha nos desempate por penáltis, depois de uma igualdade (2-2) registada no final dos 90 minutos que não foi desfeita na meia-hora de prolongamento.
Nuno Mendes (26′) e Cristiano Ronaldo (61′) marcaram durante o tempo regulamentar, respondendo da melhor forma a igual número de golos que a Espanha também apontou, por Zubimendi (21′) e Oyarzabal (44′), e quando nos penáltis houve que mostrar competência, os jogadores de Portugal marcaram os cinco golos e o guarda-redes Diogo Costa teve ainda a capacidade de defender o quarto penálti da Espanha, batido por Morata, permitindo que Rúben Mendes, ao concretizar o quinto e derradeiro penálti, desse a tão desejada vitória a Portugal.
Num jogo em que o selecionador Roberto Martinez voltou a insistir num “onze” com João Neves enquanto lateral direito, relegando para o banco de suplentes Nélson Semedo e Diogo Dalot, também com Rúben Dias, Gonçalo Inácio e Nuno Mendes a completarem a linha defensiva à frente de Diogo Costa, a formação titular de Portugal foi constituída também com Bernardo Silva e Vitinha no meio-campo, surgindo depois mais adiantados Pedro Neto, Bruno Fernandes e Francisco Conceição no apoio a Cristiano Ronaldo, o homem sempre solto no ataque em busca dos espaços e dos golos para Portugal.










Do lado da Espanha, que chegava a este jogo invicta desde Março de 2023 e entrou em campo vista como a melhor seleção no futebol mundial, o selecionador Luis de la Fuente apresentou um onze com Unai Simón entre os postes, ainda os defesas Mingueza, Le Normand, Huijsen e Cucurella, dois elementos na linha média – Zubimendi e Fabián Ruiz –, sobrando Lamine Yamal, Pedri e Nico Williams para o apoio ao ponta-de-lança Oyarzabal.
Nuno Mendes meteu Yamal “no bolso”,
marcou o primeiro golo de Portugal e serviu o segundo
Como seria de esperar, a Espanha apostou quase sempre nas incursões pelo corredor esquerdo do ataque, pressionando o jovem João Neves que, não sendo um defesa lateral de raíz, teve um trabalho suplementar para segurar os ataques da formação espanhola, naturalmente apoiado por Rúben Dias, que foi um verdadeiro “patrão” da defesa de Portugal, mas também por Bruno Fernandes, Vitinha e Bernardo Silva que recuaram sempre que necessário para ocupar os melhores espaços na linha média e dar linhas de passe aos elementos da Turma das Quinas.
A brilhar vários patamares acima dos demais acabou por estar o lateral do lado canhoto, Nuno Mendes, ele que ainda na quarta-feira tinha sido determinante na vitória de Portugal sobre a Alemanha e que voltou a estar num nível simplesmente formidável este domingo na vitória sobre a Espanha. Marcou uma vez mais o primeiro golo de Portugal, um pontapé fabuloso a garantir um golaço com o qual empatou o jogo apenas cinco minutos depois do primeiro golo da turma espanhola, e já no segundo tempo, depois de “meter no bolso” o jovem espanhol Lamine Yamal, descobriu o espaço para fazer uma brilhante assistência para o golo de Cristiano Ronaldo que colocou o marcador de novo igualado a dois golos.








Notas a propósito desses golos, desde logo, para a dúvida que ficou quanto à legalidade do primeiro golo da Espanha, isto porque Zubimendi marca depois de um fora-de-jogo de Oyarzabal que recebe a bola após um aparente toque de cabeça do próprio Zubimendi. O árbitro e o VAR, porém, consideraram que o marcador do golo não chegou a tocar na bola e a Espanha conseguiu mesmo adiantar-se no marcador.
Na resposta de Portugal, Nuno Mendes marcou com um remate fantástico na sequência de um lance em que Ronaldo escapou por milímetros ao fora-de-jogo, e no segundo golo de Portugal, para além de Nuno Mendes ter estado fabuloso na assistência, também Cristiano Ronaldo mereceu o golo até pela forma como tirou do lance o espanhol Cucurella.
Mudanças no segundo tempo deram
mais consistência e capacidade a Portugal
Portugal empatou assim por duas vezes, mas foi após o golo de Cristiano Ronaldo que partiu claramente para um domínio do jogo de algum modo tranquilo, e nem a derradeira ofensiva da “Roja” nos minutos finais do tempo regulamentar a Turma das Quinas tremeu, mantendo a tranquilidade e a confiança de que era possível sair de Munique e do relvado do Allianz Arena com algo mais do que aquela igualdade que então se registava no marcador.








Roberto Martinez pôde, ao longo do segundo tempo, mudar algumas apostas erradas, ou pelo menos mal explicadas, no “onze” titular, trocando ao intervalo João Neves e Francisco Conceição, respectivamente, por Nélson Semedo e Rúben Neves, e apostando mais tarde em Renato Veiga e Rafael Leão, por troca com Gonçalo Inácio e Bernardo Silva, ainda em Gonçalo Ramos para o lugar de Cristiano Ronaldo que ao minuto 89′ teve que sair depois de se ressentir de uma lesão contraída durante o aquecimento para este jogo, e já no prolongamento em Diogo Jota, que foi chamado à Turma das Quinas ao minuto 106′ por troca com Pedro Neto.
Quando o jogo seguiu para as grandes penalidades houve por certo algum cepticismo quanto à capacidade de Portugal se superiorizar à Espanha, Gonçalo Ramos, que foi pai na passada sexta-feira, marcou o primeiro penálti, Merino empatou para a Espanha, Vitinha fez o 2-1 para Portugal, Baena voltou a empatar para a “Roja”, Bruno Fernandes apontou o terceiro penálti para a Turma das Quinas, merecendo a resposta assertiva de Isco, num penálti em que Diogo Costa ainda tocou na bola mas sem conseguir impedir o golo da Espanha, chegando este desempate aos 3-3.
Diogo Costa defendeu penálti de Morata
e Rúben Neves confirmou a conquista do caneco
Era então a vez de Nuno Mendes bater o seu penálti, um momento decisivo já que era aquele em que o melhor jogador em campo iria tentar transformar o pontapé da marca da grande penalidade, circunstância que tantas vezes permitia a falha que contrariava esse título de melhor em campo. Porém, desta feita Nuno Mendes foi competente, marcou mesmo, a Turma das Quinas passava a vencer por 4-3, e na resposta, com Morata a bater novo penálti para a Espanha, Diogo Costa defendeu mesmo, colocando a Turma das Quinas em vantagem e à mercê do quinto pontapé de penálti que faltava dar para a Portugal.







Rúben Neves rematou para o lado direito de Unai Simón, este caiu para o seu lado esquerdo e Portugal pôde festejar a conquista da segunda Liga das Nações, troféu que Cristiano Ronaldo levantou depois de já ter feito o mesmo movimento em 2019.
A Seleção de Portugal passa assim a ser a única a ter duas Ligas das Nações no seu palmarés e Cristiano Ronaldo, aos 40 anos, soma mais um título na sua carreira pela Seleção de Portugal, o terceiro considerando estes dois e o de Campeão da Europa conquistado a 10 de Junho de 2016, em França perante a seleção gaulesa.
Olhando em frente, Portugal terá agora que disputar o Mundial do próximo ano, para o qual parte como uma das seleções favoritas, com Cristiano Ronaldo certamente a preparar para este palco a sua derradeira grande exibição, mas com outros jogadores prontos a brilhar, como Nuno Mendes, Rúben Dias, Vitinha e João Neves, ainda que este não a lateral direito, e só para falar de alguns que foram titulares na conquista desta Liga das Nações.







O caneco foi levantado perante os milhares de portugueses, na sua grande maioria emigrantes que deram um apoio constante à Turma das Quinas a partir das bancadas do Allianz Arena, e que virá esta segunda-feira, para Portugal, para a sala de troféus na Seleção Nacional na Cidade do Futebol em Oeiras. Parabéns à nossa Seleção!