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Portugal empata na Croácia (1-1) em jogo com final sofrível

A Seleção de Portugal averbou esta segunda-feira um empate em Split, na Croácia (1-1), frente à sua congénere daquele país, no derradeiro jogo da fase de grupos da Liga das Nações, um resultado que não colocou em causa a qualificação da Turma das Quinas para os quartos-de-final desta competição, mas que não esconde a exibição sofrida por parte dos comandados de Roberto Martinez. Depois de uma primeira parte em que Portugal foi superior dentro das quatro linhas, o segundo tempo foi claramente o inverso do que tinha sido o jogo até então, acabando a Seleção portuguesa por ter que sofrer para manter o empate num jogo em que os croatas enviaram por duas vezes a bola à trave da baliza de Portugal, acabando a nossa Seleção com um empate lisonjeiro frente aos croatas que estiveram claramente mais perto de vencer este encontro.

Depois de ter vencido a Polónia na passada sexta-feira por um claro 5-1, o selecionador Roberto Martinez resolveu deixar de fora deste segundo jogo alguns dos elementos tidos como indispensáveis, como Cristiano Ronaldo e Bernardo Silva, mas também Bruno Fernandes que teve que cumprir um jogo de castigo devido aos cartões amarelos recebidos e não pôde por isso alinhar nesta partida da Croácia. Martinez tinha assim a oportunidade de fazer algumas estreias, tendo mesmo chamado para este jogo elementos que estavam ao serviço da Seleção de Sub-21, como Fábio Silva ou Geovany Quenda.

Em termos de onze inicial, Portugal entrou em campo com José Sá na baliza, Nelson Semedo, Tomás Araújo, Renato Veiga e Nuno Mendes na linha defensiva, ainda Vitinha, Otávio e João Neves e João Cancelo como médios, sobrando para as ações ofensivas Rafael Leão e João Félix. Nota de curiosidade para o facto de Cancelo ter entrado neste jogo transportando a braçadeira de capitão.

Do lado da Croácia, perante a necessidade de vencer esta partida, algo que Portugal não precisava podendo jogar de uma forma bem mais tranquila, o selecionador Zlatko Dalic escalou o seu melhor onze, com Livakovic entre os postes, ainda Sutalo, Caleta e Gvardiol numa linha de três centrais, quatro elementos no centro do terreno – Perisic, Modric, Kovacic e Sosa – com os alas a descer para formar uma linha de cinco a defender, acabando por subir para fazerem todo o corredor, e ainda Kramaric, Matanovic e Baturina como os homens mais próximos da baliza à guarda de José Sá.

Félix… de suplente no Chelsea
a titular goleador na Seleção

Com esquemas táticos bem distintos, Portugal entrou melhor no jogo e conseguiu agarrar o comando da partida, com Rafael Leão a apostar na velocidade em busca dos desequilíbrios, apoiado por João Félix que esteve particularmente bem ao longo dos primeiros 45 minutos. No jogo que fica marcado pela despedida do presidente da FPF, Fernando Gomes, cujo mandato está à beira do fim e terá que deixar o cargo que ocupa, uma nota para o facto do estádio em Split estar lotado, com cerca de 35 mil adeptos no dia em que se assinala a independência da Croácia.

Com estes ingredientes, Portugal entrou no jogo com maior velocidade desde o apito inicial do árbitro italiano Davide Massa. Ainda assim, a Croácia conseguiu, a espaços, encostar a Turma das Quinas à linha limite da grande-área da baliza à guarda de José Sá, acabando Portugal por responder com um ou outro lance mais veloz. Exemplo disso aconteceu ao minuto 17, quando Otávio esteve perto de conseguir inaugurar o marcador, num remate em que a bola encontrou Baturina na sua trajetória saindo pela linha de fundo.

O remate de Otávio serviu para acordar Portugal, com Rafael Leão e João Félix a agarrarem o jogo lá na frente, perto da baliza croata, procurando impor velocidade na troca de bola e tirar o melhor partido de alguns passes em profundidade por João Neves ou João Cancelo. Os resultados do bom jogo de Portugal chegaram ao minuto 33’, com um golo apontado por João Félix, ele que respondeu a preceito a um passe cruzado de Vitinha. Félix dominou, olhou para a baliza e rematou para o golo, colocando a Turma das Quinas na frente do marcador.

Só que o golo de João Félix, ao invés de servir de tónico para permitir o crescimento da nossa Seleção, resultou num adormecimento dos nossos jogadores, respondendo a Croácia com lances ofensivos de qualidade. E de tal forma assim foi que à passagem do minuto 40’ o croata Kramaric rematou à baliza de José Sá, a bola foi desviada por Tomás Araújo e acabou por ir embater com estrondo no ferro da baliza. Na resposta, João Félix resolveu também ele enviar uma “bomba” à baliza croata, com a bola a ser travada por Livakovic.

Segunda parte apática
e sem chama de Portugal

Até ao intervalo não houve mais motivos de interesse, tendo Portugal recolhido aos balneários na frente do marcador graças a um lance em que Vitinha e Félix fizeram tudo bem feito, isto em 45 minutos “mornos”, sem grande chama nem motivos de entusiasmo para os adeptos dos dois conjuntos. Portugal esteve melhor no primeiro tempo, mas nem por isso justificou uma diferença maior no marcador, ajustando-se a vantagem tangencial lusa no arranque para o segundo tempo.

Zlatko Dalic resolveu mexer na seleção croata no arranque no segundo tempo, apostando nas entradas de Pasalic e Jakic, por troca com Sosa e Kovacic, tendo a Croácia surgido em campo mais determinada, trocando a bola em velocidade e procurando com isso surpreender as linhas mais recuadas de Portugal.

Ao minuto 54’, num lance em que José Sá saiu já tarde à bola depois de um cruzamento para a marca da grande penalidade, onde estava Matanovic e Tomás Araújo na cobertura. O guarda-redes acabou por “abalroar” o jogador croata, mas também o central de Portugal, e este acabou por ser o mais afetado pelo choque com o seu companheiro de equipa, vindo a deixar o jogo pouco depois, obrigado a dar o seu lugar a Tiago Djaló, com este a fazer a sua estreia com a camisola da Seleção A de Portugal.

José Sá lesionou
o central Tomás Araújo

Do lado da Croácia, Perisic dava o seu lugar a Sucic, mas também Matanovic, ele que foi igualmente atingido por José Sá naquela saída de entre os postes que lesionou Tomás Araújo, acabou igualmente por ter que deixar as quatro linhas, sendo substituído por Budimir.

Consumadas as substituições, o jogo prosseguiu e, quase de imediato, a Croácia fez o golo do empate, por Gvardiol. Portugal recuou linhas para junto da sua baliza, os croatas conseguiram cruzar a contento a partir do lado direito, por Jakic, para o segundo poste, e perante uma falha de Nélson Semedo apareceu Gvardiol, jogador croata que alinha no Manchester City, a finalizar com êxito faturando o golo para a Croácia empatando esta partida.

Roberto Martinez resolveu então mexer no onze da Turma das Quinas, tirando Rafael Leão e Otávio para as entradas de Fábio Silva e Francisco Conceição, mudanças que acabaram por não resultar nas pretensões do selecionador em conseguir agitar o jogo da nossa Seleção. Conceição ainda fez uma arrancada a partir do corredor direito, mas depois disso pouco mais se viu do jovem jogador da Juventus, isto enquanto que a Croácia aparecia de novo com perigo junto à baliza de José Sá, como aconteceu ao minuyo 78’ quando Sucic primeiro, e Budimir depois, obrigaram José Sá a trabalhos forçados com defesas muito difíceis, acabando a bola por beijar de novo os ferros da baliza de Portugal.

Quenda foi chamado aos Sub-21
para ficar no banco de suplentes

Ao minuto 81’ Roberto Martinez voltou a mexer na equipa de Portugal, e naquela que foi a terceira paragem do jogo para substituições, quando podia fazer as duas últimas alterações, optou por fazer apenas uma, colocando em jogo Diogo Dalot para a saída de Nuno Mendes, ficando Geovany Quenda no banco de suplentes quando era expectável que o jovem jogador do Sporting se pudesse estrear com a camisola das Quinas. Essa estreia não aconteceu, Paulo Futre vai continuar a ser o jogador mais novo de sempre a representar a Seleção de Portugal, e Quenda, aos 17 anos, ele que foi chamado dos Sub-21 para viajar até à Croácia, limitou-se a aquecer o banco de suplentes, voltando a Portugal sem conseguir a sua primeira internacionalização.

Quanto ao jogo, Portugal terminou a partida com a Croácia a jogar com três centrais – Renato Veiga, Tiago Djaló e Nelson Semedo –, a formação croata insistia no ataque, e aos 90’+02’ Budimir voltou a enviar a bola ao poste da baliza de Portugal, falhando um golo que até seria merecido pelos croatas pelo mais que fizeram no segundo tempo perante a total passividade da Turma das Quinas.

O certo é que o jogo terminou com o empate a um golo entre a Croácia e Portugal e os croatas, mesmo com o empate, acabaram por conseguir o segundo lugar neste Grupo A, isto porque no outro jogo do grupo a Escócia venceu a Polónia por 2-1, um resultado insuficiente para as necessidades dos escoceses que terminaram esta fase da Liga das Nações no terceiro lugar. Já a Polónia ficou no quarto posto, caindo assim à segunda divisão desta competição.

Portugal, a quem faltaram alguns jogadores determinantes nesta partida, como Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva e Bruno Fernandes, sem os quais a Turma das Quinas assinou uma prestação sofrível nomeadamente no segundo tempo frente à Croácia, terá agora que jogar com a Itália, Dinamarca ou Países Baixos no jogo dos quartos de final da Liga das Nações, estando o sorteio agendado para a próxima sexta-feira. Portugal, que até já venceu esta competição na sua primeira edição, poderá até voltar a vencer, mas a julgar pelo que fez neste jogo frente à Croácia, mas também tendo em conta o que fez no primeiro tempo no jogo frente à Polónia, não será de esperar grandes resultados, sendo necessário que Roberto Matinez arrepie caminho e consiga dar outro rumo à nossa Seleção, sob pena de voltarmos a perder nos momentos e jogos decisivos. Os alarmes de alerta estão todos ligados, mas é bom que se lhes dê importância.

texto: Jorge Reis / LusoNotícias
fotos: ©X (Twitter)

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