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Benfica avança na Taça com vitória eficaz em Faro

No Estádio de São Luís, debaixo do céu de Faro em noite de temperatura amena, o Benfica de José Mourinho garantiu uma vitória tão tranquila quanto eficaz frente a um adversário lutador que vai mostrando credenciais seguras para um regresso célere ao escalão maior do futebol luso. Num jogo sem grande história, com o Benfica a ser simplesmente o mais forte e eficaz e com isso a tirar melhores resultados da sua exibição, os encarnados venceram o Farense de Silas por 2-0, num jogo dos oitavos-de-final da Taça de Portugal que ficou resolvido aos 11 minutos de cada parte e que permitiu ao treinador cumprir a promessa de rodar a equipa, ainda com tempo para fazer mais um lançamento da “cantera” da formação do Seixal.

O Farense até entrou afoito, a querer acreditar que poderia “fazer Taça”. Nos primeiros minutos, os homens de Silas, que apresentou oito alterações em relação ao último jogo, conquistaram dois cantos e forçaram Samuel Soares a intervir num cabeceamento de Ruben Fernandes. O esforço, porém, ainda que sincero, revelou-se efémero. O Benfica, com seis mudanças no onze, acabou por marcar no primeiro remate à baliàza contrária, aos 11 minutos, quando Sudakov bateu um livre da direita. A bola passou pela confusão ao primeiro poste e Richard Ríos apareceu sozinho no segundo, para encostar e fazer o 1-0. A partir daí, a eliminação deixou de ser uma hipótese para se tornar uma questão de tempo e de detalhe.

O Benfica passou a ditar o ritmo do jogo, mantendo a turma farense no seu meio-campo defensivo, dominando sem precisar de um grande esforço para tal. Já o Farense procurou resistir, encontrando em Rafael Teixeira o seu melhor elemento de ligação, mas a iniciativa estava irremediavelmente perdida. Aos 28 minutos, a superioridade encarnada materializou-se numa grande penalidade, após falta sobre Andreas Schjelderup. Nicolás Otamendi, o capitão, assumiu a responsabilidade, mas o remate forte para o lado esquerdo foi parado com uma defesa magistral de Jakob Tannander, porventura um dos melhores elementos da turma algarvia, repetindo o argentino a falha que já tinha cometido na eliminatória anterior da Taça de Portugal.

Otamendi voltou a falhar
uma grande penalidade

A turma encarnada continuava a dominar e Franjo Ivanovic viu mesmo um golo ser anulado por fora de jogo, chegando o jogo ao intervalo com o Benfica a liderar por 1-0 e a lidar com contrariedades físicas: Sudakov teve que sair ainda durante o primeiro tempo, substituído por Aursnes depois de ter sido tocado por um jogador da turma algarvia, e o jovem guarda-redes Samuel Soares acabou por ficar nos balneários ao intervalo devido a uma lesão muscular, dando assim o seu lugar a Trubin.

Mudanças à parte, a verdade é que a segunda parte foi o prolongamento lógico da primeira. O Benfica não precisou de se esforçar para ampliar a vantagem e, aos 56 minutos, Samuel Dahl, servido por Ivanovic, entrou pela esquerda e rematou rasteiro e forte. Tannander apenas conseguiu dar uma palmada na bola, que ficou a saltar à sua frente na pequena-área, e ali apareceu o próprio Ivanovic, na recarga, a empurrar a bola para o fundo das redes e com isso a estabelecer o 2-0. O Benfica conseguia assim o golo da “tranquilidade” que selava de vez a qualificação. A partir daí, o jogo adormeceu num compasso de espera, apenas interrompido nos descontos finais, quando o Farense celebrou um golo de Franco Romero, que o VAR acabou por anular devido a um empurrão sobre António Silva.

Estreia do “miúdo” Banjaqui
por entre o brilho de Ríos

Para lá do resultado, a noite em Faro teve notas positivas e simbólicas para o lado encarnado. José Mourinho pôde ver o regresso à titularidade de Manu Silva, que completou os 90 minutos depois de um longo calvário de lesão, mas viu também a estreia pelo plantel principal do jovem de 17 anos Daniel Banjaqui, dando sequência ao discurso de aposta na juventude.

Richard Ríos, sem dúvida o melhor jogador em campo, voltou a provar estar a atravessar um excelente momento de forma, o que lhe tem permitido ser particularmente influente na manobra do Benfica. Neste jogo, para além de ter marcado o primeiro golo, foi sempre capaz de gerir o jogo a meio-campo, revelando-se o motor da turma encarnada no jogo que abriu as portas dos quartos-de-final, onde um possível clássico com o FC Porto no Dragão poderá estar à espera. Será bom recordar, a propósito, que os dragões jogam amanhã, quinta-feira, com o Famalicão, para se saber quem segue destas duas formações em frente na Taça de Portugal.

O Benfica deixou assim Faro de regresso a Lisboa com a continuidade na Taça de Portugal assegurada, depois de uma escapadinha tranquila ao Algarve, um trabalho bem feito, um passo firme no caminho que Mourinho quer percorrer. Para trás, afinal, os encarnados deixaram um jogo que, no fundo, nunca saiu do bolso do treinador.

texto: Jorge Reis
fotos: Maciej Rogowski

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