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Benfica vence Arouca em noite de votos e golos

O Estádio da Luz não é apenas um palco de futebol e este sábado transformou-se no epicentro da democracia desportiva mundial. Enquanto os 85.422 sócios votantes escreviam uma página da história do associativismo, batendo o recorde mundial de votantes num clube – o recorde anterior pertencia ao Barcelona quando, em 2010, 57.088 votantes compareceram a um acto eleitoral do clube catalão –, a equipa de José Mourinho, em sintonia perfeita com o ambiente, ditou o resultado em campo com uma autoridade semelhante: uma goleada de 5-0 sobre o Arouca.

A equipa encarnada entrou em campo com uma missão clara: sarar a ferida da derrota frente ao Newcastle  e corresponder à grandiosidade do dia. A estratégia de Mourinho foi revelada desde o início, com Gianluca Prestianni a ser a surpresa no onze, uma “jogada de génio” eleitoral do técnico benfiquista que recorreu a um jovem recém chegado do Mundial de Sub-20, com ritmo de jogo e com vontade de mostrar serviço. E a verdade é que o argentino, com a sua irreverência e coragem de “jogador irresponsável no bom sentido”, tal como Mourinho descreveu, trouxe uma dinâmica diferente, atacando incessantemente pelo lado esquerdo e sendo uma dor de cabeça constante para a defesa do Arouca.

O domínio foi absoluto desde o primeiro minuto. A pressão alta e a recuperação rápida da bola no meio-campo adversário sufocaram qualquer tentativa de reação do Arouca e logo aos nove minutos, o VAR ditou a primeira grande decisão: braço de Van EE na área arouquense e penálti para o Benfica. Vangelis Pavlidis, com a frieza de um especialista, não perdoou. Pouco depois, aos 22 minutos, a história repetiu-se perante os mais de 60 mil adeptos presentes nas bancadas do recinto encarnado: Prestianni foi derrubado na área, o árbitro Hélder Carvalho começou por nada assinalar, mas chamado de novo ao monitor pelo VAR, rapidamente confirmou a grande penalidade que Pavlidis voltou a converter, fazendo o segundo golo nesta noite de futebol na Luz.

Discussão fechada a favor do Benfica
com três golos até ao intervalo

O Arouca, completamente anulado, com um meio-campo pouco assertivo e muito permeável, só ameaçou uma vez, num erro isolado de Sudakov que deu uma rara oportunidade a Gozálbez, acabando este por rematar desenquadrado quando tinha apenas Trubin pela frente. O Benfica não acusou o erro do ucraniano, não abrandou, e nos descontos da primeira parte, num canto de Lukebakio, surgiu o capitão Nicolás Otamendi no segundo poste, de cabeça, a selar o 3-0 e a matar qualquer esperança dos visitantes.

O intervalo trouxe as homenagens às equipas de sucesso do clube, nomeadamente do hóquei em patins e do paintball, e o segundo tempo no jogo dentro das quatro linhas trouxe mais do mesmo. Aos 50 minutos, Prestianni, numa exibição brilhante, recuperou uma bola e serviu Pavlidis, que completou o seu hat-trick com um remate colocado a permitir o 4-0. Foi o 12.º golo do grego na época e o oitavo na liga, isolando-se como o melhor marcador da prova. A saída de Prestianni, poucos minutos depois, foi justamente premiada com uma salva de palmas de pé da Luz, um reconhecimento do talento e da raça exibidos .

Com o jogo resolvido, Mourinho geriu o desgaste, lançando jovens como Ivan Lima, que entrou para o lugar de Lukebakio e estreou com a camisola da equipa principal dos encarnados no Estádio da Luz, e João Rêgo, que assumiu a posição até ali desempenhada por Sudakov e ainda viu um golo bonito (uma chapelada ao guarda-redes Valido) anulado por fora de jogo. O epílogo da goleada chegou nos descontos, com mais um penálti, cometido sobre João Rêgo e agora convertido por Franjo Ivanovic, que fechou o marcador em 5-0.

Hat-trick de Pavlidis e um Prestianni
pleno de garra fizeram a diferença

O jogo terminou pouco depois, numa altura em que as urnas de voto no dia eleitoral já tinham encerrado, com uma vitória por 5-0 sobre o Arouca e um triunfo do benfiquismo nas eleições, concluindo-se aquela que foi uma noite redonda para os encarnados.

No relvado, uma exibição convincente, com um Pavlidis implacável, um Prestianni eletrizante e uma equipa que mostrou ter sarado as feridas. Nas urnas, uma demonstração de força do “maior clube do mundo”, como salientou o presidente da Mesa da Assembleia Geral. No final, sob os cânticos de “Glorioso SLB” , equipa e adeptos celebraram em comunhão total um dia que ficará para a história.

Resta esperar agora pela decisão eleitoral que aponte para um presidente eleito à primeira volta, com o “fumo branco” que defina o rumo dos próximos quatro anos, ou uma segunda volta a realizar dentro de duas semanas, agendada para o dia 8 de Novembro.

texto: Jorge Reis
fotos: Diogo Faria Reis

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