Depois de, na jornada anterior, ter recusado o cognome de “Practical One” na sequência de uma questão que lhe foi colocada pelo LusoNotícias, após a vitória frente ao Gil Vicente, o técnico do Benfica, José Mourinho, voltou a falar em pragmatismo afirmando no final do jogo frente ao FC Porto que por vezes é preciso jogar para o ponto, porque mais importante do que vencer um jogo é vencer o campeonato.
Sem dúvida pragmático, o técnico do Benfica resumiu assim o jogo que fechou este domingo a oitava jornada do campeonato da I Liga, o clássico em que dragões e águias terminaram com um empate sem golos, depois de um jogo bem disputado para o qual o FC Porto era favorito, mas do qual o Benfica estava proibido de sair derrotado, sob pena de ficar desde já a sete pontos do seu rival. Assim, depois deste empate, e como ilustra a foto em cima do nosso fotojornalista João Mota, é caso para dizer que o FC Porto prossegue na frente, mas o Benfica mantém um pé bem metido na discussão pelos lugares cimeiros da classificação.










No jogo que provocava maior expectativa entre todos os desta jornada, por se tratar de um clássico entre FC Porto e Benfica e por permitir o regresso de José Mourinho ao Estádio do Dragão, agora na condição de treinador do Benfica, para uma partida em que o FC Porto era apontado como favorito, a luta a meio-campo foi uma constante e o primeiro remate à baliza apareceu já para além da primeira meia-hora de jogo, com Sudakov a visar a baliza portista a partir de um pontapé livre direto. O FC Porto respondeu, por intermédio de Pepê aos 36′ minutos, também ele a falhar a baliza, e o jogo prosseguiu interessante, mas sem o condimento sempre inebriante do golo.
De um lado e do outro, os dois técnicos apresentavam os seus melhores argumentos, com Farioli em busca da sua 10ª vitória consecutiva à frente da turma portista, com Diogo Costa entre os postes, Alberto Costa, Bednarek, Kiwior e Francisco Moura na linha defensiva, ainda Varela, Froholdt e Gabri Veiga, surgindo na frente ofensiva Pepê, Samu e Borja Sainz. Do outro lado, José Mourinho respondia com a aposta num onze esperado, tendo em conta as recentes exibições do conjunto encarnado. Sem surpresas, Trubin foi o guarda-redes chamado à titularidade, com Dedic, António Silva, Otamendi e Dahl à sua frente, surgindo a culpa do costume no meio-campo, formada por Enzo Barrenechea e Richard Ríos, sendo colocados como homens mais ofensivos Lukebakio, Aursnes e Sudakov no apoio a Vangelis Pavlidis.
Mourinho foi o mais assobiado no Dragão











Num jogo sem grandes casos, ou porventura apenas um de que falaremos mais adiante, o primeiro momento impactante resulta da entrada de José Mourinho no relvado do Dragão, altura em que foi “brindado” com uma enorme assobiadela por parte dos adeptos do FC Porto, os mesmos que o tinham aplaudido há três semanas quando assistiu naquele mesmo estádio a um jogo dos dragões ainda antes de assumir o comando técnico do rival Benfica.
Quanto ao jogo, as duas equipas encaixaram de forma quase perfeita uma na outra, sem que houvesse espaço para grandes veleidades, resultado num jogo muito mais táctico a partir dos bancos do que brilhando no relvado. Com a equipa do FC Porto tranquila mas a respeitar o adversário, e um Benfica consciente de que tão ou mais importante do que ganhar era claramente não perder, o jogo foi-se desenrolando muito disputado a meio campo onde o Benfica anulou o motor do FC Porto, o dinamarquês Froholdt.
Com efeito, aquele que em outros jogos vinha a ser a peça chave na movimentação do FC Porto, revelando-se como a contratação mais assertiva da equipa de Villas Boas para a presente época futebolística dos dragões depois do próprio treinador, Viktor Froholdt foi desta feita anulado pelas movimentações do trio benfiquista formado por Enzo, Rios e Aursnes, que não deram espaços de manobra para que Froholdt lançasse o jogo ofensivo do FC Porto.











Ao minuto 62′ o técnico portista, Francesco Farioli, operava as primeiras mudanças na sua equipa, deixando claro o facto dos azuis e brancos terem mais opções para revitalizar a equipa a partir do banco de suplentes. Ainda assim, logo depois das entradas de Pablo Rosário e William Gomes, por troca com Pepê e Gabri Veiga, este último a sair sem ter mostrado o que conseguiu em partidas anteriores, viria a ser o Benfica a ter uma oportunidade clara de golo, e curiosamente no que seria um autogolo do FC Porto, quando Kiwior desviou a bola para a trave da baliza de Diogo Costa.
William Gomes ainda ameaçou as redes de Trubin com um remate em arco ao seu estilo, levando a bola a passar perto do ângulo superior direito da baliza benfiquista, mas o resultado, esse, manteve-se inalterado, com o nulo a prevalecer num jogo bem disputado mas em que, a bem da verdade, nenhuma das equipas merecia ter vencido.
Curiosamente, a contrariar aquela realidade, um lance já perto do final poderia ter alterado a história do jogo, quando António Silva puxou a camisola de Deniz Gül, ao minuto 88′, num lance em que deveria ter sido assinalado uma grande penalidade. O árbitro Miguel Nogueira nada assinalou, o VAR Bruno Esteves também nada disse, mas ficou, quanto a nós, um castigo máximo por marcar que poderia ditar um resultado diferente daquele que se verificou no final.
Farioli apostou em Rodrigo Mora… ao minuto 90′











Antes ainda do apito fina da partida o jovem portista Rodrigo Mora, chamado ao jogo apenas ao minuto 90′, ainda enviou uma bola à trave da baliza de Trubin, num lance em que aparecia para além do último defesa encarnado pelo que qualquer golo seria anulado pelo VAR.
Pouco depois, o jogo terminou com o empate sem golos, um resultado que deixa tudo na mesma em termos de classificação do campeonato da I Liga, nomeadamente depois do empate também verificado no jogo entre Sporting e Sporting de Braga, também ao fim da tarde deste domingo no Estádio de Alvalade.
O FC Porto prossegue assim na frente do campeonato com mais três pontos que o Sporting e mais quatro que o Benfica, para um campeonato em que se poderá dizer que muita água irá correr por baixo das pontes, em que nada está resolvido, estando todas as equipas muito distantes de poderem pensar em festejos, seja em Lisboa no Marquês do Pombal, ou no Porto na Avenida dos Aliados.










O campeonato terá agora uma pausa para permitir os jogos de apuramento para o Mundial de 2026, com Portugal a ter que defrontar a Irlanda e a Hungria, jogando-se depois mais uma eliminatória da Taça de Portugal.









