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Resiliência leonina garante ponto precioso para a Champions em Turim

No palco grandioso da Allianz Stadium, onde a história pesa como um manto, o Sporting escreveu uma página de coragem e inteligência táctica, garantindo um importante empate frente à Juventus, na quarta ronda da fase de liga da Liga dos Campeões. Perante a “La Vecchia Signora”, a equipa leonina às ordens de Rui Borges saiu do relvado de Turim com um empate a um golo que sabe a vitória, um resultado cunhado por uma exibição colectiva de garra e por um final de jogo agonizante onde o guarda-redes Rui Silva se ergueu como um gigante.

Desde o primeiro apito, os leões demonstraram que não viajaram até Itália para serem figurantes. Com o seu melhor onze – Rui Silva; Vagiannidis, Diomande, Inácio e Maxi Araújo; Hjulmand e João Simões; Quenda, Trincão e Pote; Ioannidis –, Rui Borges apresentou uma equipa intensa e pressionante que surpreendeu a Juventus pela forma como entrou em campo. Com uma personalidade férrea, não se intimidando com a aura do clube de Turim, onde pontificavam nomes como os de Koopmeiners, Locatelli, Thuram, Cambiaso, Vlahovic e o internacional português Francisco Conceição, o Sporting começou em grande plano e a recompensa chegou ainda no primeiro tempo, quando Maxi Araújo, com um remate certeiro de pé esquerdo, fuzilou a baliza de Di Gregorio e silenciou o estádio da Juve.

Com o Sporting a vencer, a verdade é que o domínio português poderia ter sido ampliado minutos depois, num momento de suspense que fez a baliza transalpina tremer: Trincão, com o guarda-redes já batido, viu o seu remate ressoar na trave, negando por centímetros o segundo golo depois de mais uma excelente jogada dos leões.

Curiosamente, porém, esse momento pareceu acordar finalmente a Juventus, tal como uma fera adormecida que, sentindo o chão a abrir-se sob os seus pés, reagiu com a fúria de uma equipa encurralada. A pressão aumentou, a posse de bola inverteu-se e a equipa da casa começou a criar perigo. A reacção não se fez esperar e, ainda na primeira parte, a Juve conseguiu encontrar o caminho do empate, estabelecendo a igualdade no marcador com um golo de Vlahovic, empate que se manteria até ao intervalo.

O segundo tempo foi um teste de resiliência para o Sporting. A Juventus, apoiada pelo seu público, procurou o golo da virada, mas esbarrou numa defesa compacta e, sobretudo, na figura inspirada de Rui Silva. Nos minutos finais, o guarda-redes leonino vestiu mesmo a capa de herói ao realizar duas defesas de nível magistral que preservaram o ponto conquistado e garantiram um nó na garganta da equipa italiana.

Entretanto, a partir do banco do Sporting, a determinação do técnico Rui Borges foi também um factor decisivo. Percebendo o desgaste no flanco direito, operou uma mudança cirúrgica ao substituir o cansado Quenda pela velocidade e frescura de Geny Catamo, na mesma altura em que também Vagiannidis deu o seu lugar a Eduardo Quaresma. A alteração deu novo fôlego ao corredor direito dos leões, equilibrou a equipa e ajudou o conjunto leonino a gerir melhor os momentos finais de pressão adversária.

Até ao final o empate não se alterou, acabando Juventus e Sporting por somarem cada equipa mais um ponto, passando a turma italiana a somar três pontos por força dos três empates conseguidos, ao mesmo tempo que o Sporting passa a ter sete pontos nesta fase de liga, consolidando uma posição sólida na tabela classificativa na tabela da Champions, mantendo-se firmemente na luta pela qualificação direta para os oitavos-de-final. Cada ponto conquistado por esta altura representa também um passo crucial na escalada financeira.

Na temporada anterior, por exemplo, a Juventus viu as suas receitas europeias dispararem para mais de 75 milhões de euros após o regresso à elite. Do mesmo modo, para o Sporting, cada resultado positivo como este não é apenas um triunfo desportivo, mas um investimento que fortalece o clube para os desafios futuros, tanto dentro como fora das quatro linhas.

Foi, pois, uma noite de glória para o futebol português em terras transalpinas. O Sporting não só disputou de igual para igual com um dos gigantes do calcio, como demonstrou a maturidade tática e a fibra necessárias para triunfar no palco mais exigente da Europa. Um ponto que, pela forma como foi conquistado e pelo contexto que cria, tem um sabor inegavelmente doce. Os leões terão agora que defrontar, no próximo sábado, a equipa do santa Clara, em jogo da 11ª jornada do campeonato da I Liga.

texto: Jorge Reis
fotos: © X (Twitter)

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