EA2025

Autárquicas 2025: PSD domina litoral e PS reconquista o interior

Uma vitória do PSD com resultados vencedores nos principais cinco municípios do país, a conquista do maior número de Câmaras Municipais e, por consequência, a conquista da presidência da Associação de Municípios, e um resultado pífio do Chega que conseguiu apenas três Câmaras Municipais das trinta que o seu líder, André Ventura, tinha prometido, assim se pode resumir o resultado das eleições autárquicas que aconteceram este domingo em Portugal. O período eleitoral autárquico de 2025 em Portugal culminou assim, no fim-de-semana, num mapa político renovado, que confirmou a hegemonia do PSD nos grandes centros urbanos, uma notável resiliência do PS nas capitais de distrito e a entrada, ainda que mesmo muito mais modesta do que a ambicionada, do Chega no poder local.

Nas duas principais cidades do país, a vitória foi claramente dos social-democratas. Em Lisboa, Carlos Moedas (PSD) garantiu a reeleição com uma votação robusta de 41,69%, elegendo oito vereadores e ficando a apenas um mandato da maioria absoluta. No seu discurso, Moedas afirmou que este resultado, que representa um reforço de cerca de 30 mil votos face a 2021, significa que os lisboetas “querem mais Moedas” e apelou à oposição para que o “deixem governar” com estabilidade. A candidata da coligação de esquerda (PS/Livre/BE/PAN), Alexandra Leitão, ficou em segundo lugar com 33,95%, assumindo inteiramente a responsabilidade pela derrota e prometendo uma “oposição rigorosa, firme e propositiva”.

No Porto, a vitória foi para Pedro Duarte, que liderava a coligação “O Porto Somos Nós” (PSD/CDS-PP/IL), com 37,29% dos votos. A disputa foi renhida, com o candidato socialista, Manuel Pizarro, a obter 35,54%, numa diferença de apenas 2008 votos. Pizarro assumiu a derrota, recusando imputar a responsabilidade à liderança nacional do PS. Para além destas duas vitórias simbólicas, o PSD conquistou ainda outros concelhos populosos e importantes como Sintra, Gaia e Cascais, com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, a celebrar o PSD como “o maior partido no poder local”.

Viseu perdeu o cognome de “Cavaquistão”

Apesar da onda laranja nas grandes cidades, o Partido Socialista demonstrou uma forte capacidade de resistência e até de reconquista em várias regiões. Uma das vitórias mais históricas para os socialistas deu-se em Viseu, onde João Azevedo conquistou a câmara que estava há décadas sob domínio social-democrata, tendo declarado simbolicamente que “morreu o cavaquistão”. De forma igualmente emblemática, o PS regressou ao poder em Bragança após 28 anos, com a vitória de Isabel Ferreira. No Algarve, Faro foi reconquistada pelo PS depois de 16 anos . No balanço global, o secretário-geral socialista, José Luís Carneiro, salientou que o PS voltou a conquistar a confiança dos eleitores e que é o “grande partido da alternativa”, realçando a conquista de cinco capitais de distrito.

Para além dos partidos tradicionais, houve espaço para movimentos de cidadãos, com destaque para a conquista da Câmara da Guarda por um movimento independente. Em Setúbal, a candidatura independente ‘Setúbal de Volta’, encabeçada pela antiga autarca Maria das Dores Meira (apoiada pelo PSD e CDS-PP), derrotou a liderança histórica da CDU, relegando a coligação para o quarto lugar.

Chega ficou muito aquém das expectativas

O partido Chega, liderado por André Ventura, escreveu um novo capítulo na sua história ao eleger, pela primeira vez, presidentes de câmara. Conquistou três autarquias: Albufeira (com Rui Cristina), Entroncamento (com Nelson Cunha)  e São Vicente na Madeira. Apesar de este resultado marcar a sua entrada no poder local executive, Ventura admitiu que o desempenho ficou aquém das suas expectativas, que passavam por um número muito superior de câmaras conquistadas. O líder do Chega reconheceu que “esta não é a amplitude da vitória que queríamos”, mas sublinhou que o partido “mais do que quadriplicou” face a 2021 e se tornou “um partido com responsabilidade autárquica”.

Em suma, as Autárquicas de 2025 desenharam um Portugal político em transição. O PSD consolidou o seu estatuto de maior força no poder local, o PS mostrou vitalidade e reconquistou territórios simbólicos, e o Chega provou que pode vencer, ainda que de forma mais contida do que prometera. O eleitorado parece, assim, ter optado por um equilíbrio de forças que promete uma governação local intensamente fiscalizada e uma oposição determinada a nível nacional.

Entretanto, se quer saber como foram os resultados na sua terra ou qualquer outro local de Portugal Continental e Ilhas, consulte aqui todos os resultados destas eleições autárquicas realizadas este domingo, 12 de Outubro de 2025.

Jorge Reis

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