Nada melhor do que um dia de sol para encerrar os três dias do festival que move de ano para ano o concelho de Oeiras e a Grande Lisboa em redor do Passeio Marítimo de Algés. Com uma forte aposta no rock para o último dia, que à semelhança do primeiro também esgotou, o NOS Alive 2025 terminou com as atenções dos festivaleiros a recaírem sobre os CMAT, Jet, MUSE e Nine Inch Nails, que encheram o recinto do festival com bastante animação e muitas cabeças a abanar, não esquecendo o furor provocado pelas atuações das bandas Foster the People e Amyl and the Sniffers, ambas no Palco Heineken.
O pontapé de saída no Palco NOS Stage foi dado por CMAT, compositora irlandesa de pop, country e folk, mais conhecida pelos seus singles “Take a Sexy Picture of Me”, “Stay for Something” e “I Don’t Really Care For You”, temas estes que passaram pelas grandes colunas deste festival. A comer pastéis de nata e em constante contacto com o público, a vocalista inclusive chegou a brincar com o facto de ser ruiva – “Sou demasiado ruiva para este clima, a minha pele não devia apanhar tanto sol” –, deixando ainda alguns agradecimentos ao apoio dos fãs que apresentavam cartazes na plateia.
Com guitarras elétricas, baterias e pandeiretas, o grupo Jet entrou em palco para, depois das vibes do pop e da eletrónica dos dias anteriores, fazerem a introdução ao rock. Pelas reações do público e pelas expectativas com que os festivaleiros tinham transportado para o recinto, o conjunto australiano deixou a desejar e não cumpriu o que dele se esperava.
Jet
Futebol e música de mãos dadas
com Diogo J. na memória
Se no palco principal o rock ficou aquém dos desejos dos festivaleiros, foi o Palco Heineken, uma vez mais, a permitir a compensação, com o concerto da banda Amyl and the Sniffers, no qual não faltou espírito ‘rock and roll’ e, inclusive, “choveram pessoas”. A vocalista, vestida à moda de Harley Quinn e com a sua energia contagiante, levou o público à loucura, com as emoções ao rubro a explicar a iniciativa dos festivaleiros quando estes pegaram em pessoas de forma aleatória “atirando-as” para fora da plateia, passando as mesmas de mãos em mãos até chegarem à extremidade da multidão.
Nota para a prestação do baterista da banda, Bryce Wilson, que não escondeu o seu favoritismo em relação ao futebol português, atuando em palco envergando uma camisola do Sporting, com o número 28 e a identificação de Cristiano Ronaldo.
Amyl and the Sniffers
Voltando as atenções para o Palco NOS, onde tocava a banda Muse, aguardada por um numeroso grupo de fãs com camisolas alusivas ao trio, também aqui as ligações ao futebol surgiam de forma evidente. Como forma de homenagem, num gesto fortemente aplaudido, o baixista, Christopher Wolstenholme, entrou em palco com a camisola da Seleção de Portugal identificada com o número e nome do jogador recentemente falecido Diogo Jota.
Os pontos de fogo em palco fizeram aumentar o calor e as expectativas, e quem acreditou que iria poder assistir ali a um concerto para ficar na memória, pôde confirmar essa expectativa alicerçada pela banda inglesa de Matt Bellamy, Chris Wolstenholme e Dominic Howard quando esta avançou para temas como “Hysteria”, “Unravelling”, ou “Simulation Theroy Theme”.
Para o ano há mais
nos dias 9, 10 e 11 de Julho
Foster the People
Seguindo pela estrada do rock, e quando ainda os Muse estavam em palco, começavam ali ao lado, no Palco Heineken, às 22h50, os Foster the People, dupla actualmente formada por Mark Foster e Isom Innis, criada em Los Angeles, Califórnia, em 2009, e que desde então aposta no indie pop e rock alternativo. Tendo iniciado a sua atuação quando a tenda de apoio ao palco ainda permitia espaços por preencher, rapidamente o espaço se encheu após o trio Muse ter dado o seu concerto por terminado, mostrando a sede dos festivaleiros por mais sona de rock.
Nine Inch Nails, a banda americana de rock industrial, formada em Cleveland, Ohio, em 1988, e que nesta 17ª edição do NOS Alive ficou encarregue do encerramento do programa do Palco NOS, foi claramente a sobremesa neste longo banquete de guitarras elétricas permitido pelo cartaz do evento neste terceiro e último dia.





Muse (fotos ©NOS Alive)
Com 60 anos no passaporte, mas 30 de espírito, Trent Reznor mostrou que não veio para brincadeiras, conduzindo o público a uma euforia total durante todo o concerto. Foram tocados temas como “The Perfect Drug”, “The Beginning of the End”, “Copy of A” e “The Hand That Feeds” para gáudio dos fãs.
Nos restantes palcos espalhados pelo Passeio Marítimo de Algés tocaram artistas como Bright Eyes, no Palco Heineken, Erol Alkan no Palco WTF Clubbing, Bombazine no Coreto, Inês Vasconcelos no Palco Galp Fado, Jel no Palco Comédia e Namorados da Cidade no Pórtico.
Com tudo isto, chegámos ao fim de mais uma edição deste festival, sempre bem organizado pela Everything Is New e que nunca desilude, e que festival foi este! Com três dias pensados ao detalhe, cada um dedicado a um público alvo diferente, tendo sido quinta-feira dedicada à música pop, sexta-feira à eletrónica e sábado ao rock, o NOS Alive mostrou-se capaz de alinhar e receber, nos diferentes dias, gostos musicais para todos.
Agora, e olhando para a frente, a 18ª edição já tem a sua primeira confirmação, permitindo o regresso aos palcos dos Buraca Som Sistema, eles que surgem no alinhamento do NOS Alive 2026 depois de dez anos longe dos palcos. As datas também já são conhecidas, estando o festival do Passeio Marítimo de Algés apontado para os dias 9, 10 e 11 de Julho do próximo ano, três dias a registar desde já na agenda dos festivais de verão e uma vez mais no bonito espaço ribeirinho do concelho de Oeiras onde agora se apagam as luzes. Para o ano há mais!